Pau da Terra
Trouxemos a prisioneira
Esvaindo em prantos e lamúrias
Implorava por misericórdia
Não recuamos um passo ante a penúria.
No frio dilacerante da madrugada
A despimos o corpo nu, exuberante natureza.
Suado de terror e arrepiado de frio
Nos olhos a nuvem de lágrimas diminui a beleza.
A deitamos no chão os dois carros
Já estavam prontos é chegada à sentença
De morte expedida pelo general
A cada segundo a aura fica mais tença.
Prendemos pés e mãos
As correntes presas aos carros
Os dois carniceiros levam em seu olhar
A alegria de demônios ignaros.
Os carros deram partida
Em direções opostas em meio
A isso um corpo vivo
Que gritava de dor, o primeiro golpe veio.
Clavícula e tíbia deslocadas
Na barriga surgiram as gotas
De sangue que tingiam a terra
Não havia gritos nem lágrimas apenas moscas.
A prisioneira partida em dois
Cada carro com sua metade
E os intestinos e outros órgãos no chão
A mulher tinha 20 anos de idade.
Morta por lutar pela liberdade
Vitima do 31 de março maldito
Dia para nunca ser esquecido
E jamais repetido.
Talvanes Faustino – 2013
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