Vaqueiro, no labutar do seu dia a dia!
Vaqueiro, homem forte e destemido, símbolo de um sertão que dele depende o manejo e a condução da fazenda, homem de confiança do patrão, ícone do imaginário popular nordestino.
Trajado com suas vestimentas habituais, do couro cru curtido, surge com estilo o gibão, a perneira, o peitoral, as luvas e o inseparável chapéu de couro, em que usa à sua copa, para encher com água e refrescar-se. Não podem faltar também, suas botas com esporas ou as tradicionais sandálias "xô boi" protegidas com o guarda-pé, confeccionadas com o couro de veado ou de bode, rico em técnicas artesanais, costuradas pelas mãos habilidosas quase sempre por ele próprio, o vaqueiro!
Logo cedo está na labuta, tirando o leite para a mesa do patrão, levando o gado para o pasto em companhia do seu fiel alazão! Cavalo e homem, dupla infalível indispensável para a lida do dia a dia no campo. Corajosos, esquecem os perigos quando estão atrás das reses perdidas, arriscando-se entre as juremas, xique-xique, angicos, catingueiras e os perigosos espinhos de facheiros, predominantes nas caatingas do nosso valoroso sertão.
Olhar fixo ao horizonte acompanha o vaqueiro, o posicionamento das nuvens carregadas, quase sempre os alegrando com os roncos dos trovões. Ouvidos atentos ao mexer da vegetação, olfato preciso ao cheiro da terra, sinais que podem mudar seu humor de uma hora para outra, principalmente, se um pingo de chuva molhar sua dura vida, já que na maioria dos anos, água é escassez e o solo queima com o sol escaldante do sertão.
Com esperança, força e fé segue sua sina, trabalhar e, assim, percorrer os espaços vazios dos sertões com seus aboios de tristezas, alegrias e lamentos cheios de saudades e sonhos! Preso à sela do seu cavalo, não deixa faltar o chicote, uma boa corda, a rede, uma muda de roupa, fumo de rolo, rapadura, carne assada, um cachimbo curto e seu isqueiro de pedra e, seguindo-lhe, um bom cão de caça, pois, nunca sabe ao certo o que lhe espera em sua caminhada heróica.
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