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Bebedouro de histórias e tradições

História do segundo bairro da cidade de Maceió, na visão do autor.

Bebedouro de tradições e contradições, de um passado glorioso a um presente saudoso de casarões imponentes a casebres a beirar o chão! Bebedouro da Villa Lilota que os Leões construíram e fizeram sua morada, com seu estilo barroco a esbanjou, e hoje, em clínica, José Lopes seu nome ela herdou.

Bebedouro dos barões que da cana, a exportação enricará, Faustino Silveira sua patente brilhou, de coronel seu povo o adotou! Francisco Leão, o mercantil têxtil, Fernão Velho a Carmem fundou. Bebedouro dos riachos, Perus, Cardoso e Silva, da confluência das águas que tropeiros e viajantes de beber a seus animais refrescavam.

Bebedouro do Sítio da Capelinha, a bairro se transformou, cresceu com a imponência de seus casarios que ilustres aqui também, veranearam. Bebedouro do marquês Henry de Joanis, francês que aqui também habitou, do cônsul Mac Rey que a Bolívia há representou! Lembrar Ezequiel Pereira a cachoeira sua usina Meirim, deste bairro a gerenciou.

Bebedouro palco de políticos que seu povo eleitor aceitou, relevantes oradores, irmãos, Joaquim Paulo e Euclides Malta que Alagoas governou! Comendador João Tavares que Bebedouro abrigou; barão que fez seu império o açúcar ele exportou, deixando aqui bem plantada a cana doce só mel que o português desejou!

Bebedouro com seu clima hospitaleiro, o doutor juiz; Manoel Lopes morou e tão bem julgou, e que, o major Bonifácio, comandante da Silveira a Polícia Militar honrou. Bebedouro do bonde que Jacintho Leite comendador a C.A.T.U fundou, as trações animais seu povo transportou, e sua trilha trilhou, findando na praça, a viagem acabou.

Bebedouro iluminado ao querosene de seus lampiões, a carbureto com álcool, que os barões suas casas clareavam! Bebedouro às margens de teus riachos, iguarias todos vendiam, de tudo tinha: O cuscuz com leite quente, o pé de moleque que seus moleques comiam, até a buchada de bode que na bodega o faminto cliente repetia.

Bebedouro de visionários portugueses que aqui também investiram; Antônio um doutor Nunes Leite, procurador da república que a região comandou; fundador da banda Lyra de Santo Antônio, do jornal O Alagoas que ao teu povo informou; notícias de toda espécies em tempo de glória e festa, com seus informes destaques o bairro se consagrou.

Bebedouro sua pequena capela, Antônio Aguiar construiu, primeiro procurador municipal que Maceió o português elegeu! Bebedouro da Leite e Leite, Jacintho que era engenheiro o vidro ele transformou, em arte com sua beleza seus espelhos embelezou. Fortalecido na fé seu padroeiro Antônio, o Santo de Pádua ficou.

Bebedouro do comércio em expansão, de Jacintho comendador Leite a primeira casa de ferragem a cidade apresentou! Bebedouro de fé, de um Santo Antônio amigo de nós protegidos seu, do cônego também Antônio, só que esse José da costa nosso eterno pastor, seu nome hoje é lembrado, na rua que o mesmo andou.

Bebedouro do Bom Conselho que abrigou órfãs da guerra, que muitos ilustres estudaram, hoje: doutores, oficiais, políticos que aqui passaram; homens de bem e honrados que aqui foram letrados! Bebedouro hoje é lembrança dos tempos bons de outrora, dos carnavais e folguedos que os mais antigos recordam o seu passado com glória!

Bebedouro "República da Alegria", que, Bonifácio da Silveira, presidente se perpetuou, com o bloco das Caboclinhas, e o Esquenta Muiê, o povo todo animava, reverenciando a cultura o bairro se transformava, com Hekel Tavares artista que em Bebedouro morou, maestro que de Satuba ao mundo se elevou, suas canções, Chove Chuva, Moleque Namorador a Guanabara; os consagrou.

Bebedouro que foi berço de políticos destemidos, palco de grandes disputas, manifestos e comícios, atraindo eleitores amantes da boa oratória, região que ainda hoje conserva seus hábitos provincianos, reduto de propagandas em tempo de eleições que a sua história marcou, com ferro e fogo, a vida daqueles que da política alimentaram-se.

Bebedouro dos Morceff que aqui também fincou sua história sua gente que logo o bairro abraçou! Narrar nosso amigo Audálio, é motivo de alegria com sua querida Helena e sua serva Maria, amigos de Dom Iório que em Bebedouro pregou, foi padre por trinta anos a bispo logo ordenou, Palmeira que hoje chora a falta do seu pastor.

Ilustre de Bebedouro, de Audacy eu vou falar, mulher de fibra e coragem, conheci irei narrar! Fervorosa em sua fé, tabeliã de primeira que o cartório regia, registrava todo mundo que vivia ou que morria; honrada por todo aquele, que a ela o conhecia! Dadá conselheira amiga, confidente ao natural, sorriso aberto e sereno a Deus ela agradecia.

Adail amigo nosso, Bebedouro os consagrou com seus trabalhos floridos nosso Santo ele arrumou, orador das ladainhas com firmeza se afirmou! O cônego Aluízio Costa por Bebedouro passou, deixou serviços prestados, nossa paróquia a amou! Seguinte, o cônego Walfran, também ao Santo honrou com seus sermões e conselhos a nós tão bem professou!

Bebedouro do Alecy, fogueteiro conhecido, que a festa sempre animou Santo Antônio que o diga, as novenas agraciou, com seus fogos barulhentos as quermesses abrilhantou! Nossa praça, hoje Lucena que também é Maranhão, feliz fiz minha morada, aqui sonho meu sertão, saudando também o galego, na função de sacristão, amigo de Santo Antônio, protetor da multidão.

João Lemos historiador, Bebedouro ele prosou, comunidade de fé, tão bem logo o expressou, ao povo também agradou, seu livro o conceituou como um homem de valor, letrado e conhecedor da história que narrou.

Poesia baseada no livro do professor João Lemos, Bebedouro Comunidade de História e de Fé.

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Marcelino Brito ESCRITO POR Marcelino Brito Escritores
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