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O deodorense Estácio de Lima

GRANDE DEODORENSE, MÉDICO LEGISTA ESTUDIOSO DO CANGAÇO E DAS RAÍZES NEGRAS DO BRASIL.
• Atualizado

O médico e professor Estácio Luiz Valente de Lima nasceu em Marechal Deodoro no dia 11 de junho de 1897 e faleceu em Salvador no dia 29 de maio de 1984, quando tinha 86 anos de idade. Era filho do desembargador Luiz Monteiro de Amorim Lima e Maria de Jesus Valente Lima. O Instituto Médico Legal de Alagoas leva o seu nome. Foi uma homenagem prestada pelo seu amigo Armando Lages em 1951, quando era diretor de Saúde Pública de Alagoas, no governo de Arnon de Mello. Outro Prédio que leva seu nome, é o Posto de Saúde Estácio de Lima na Rua Ladislau Neto na cidade de Marechal Deodoro.

Estácio Luiz Valente de Lima, mais conhecido como Estácio de Lima, médico legista, professor de Medicina Legal, escritor e cidadão honorário da Bahia, nasceu em Marechal Deodoro, Alagoas, em 11 de junho de 1897, sendo seus pais Luiz Monteiro de Amorim Lima e Maria de Jesus Valente de Lima. Fez os estudos primários em sua cidade natal e realizou o curso secundário em Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, diplomando-se, no ano de 1915. Em 3 de fevereiro de 1916, chegou em Salvador, onde viveu a maior parte de sua existência.
Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado em 1921, após defendertese inaugural, intitulada "Agonia". Ainda estudante de medicina, foi nomeado interno do Hospital do Isolamento, cujo diretor era o Prof. Couto Maia. Na mesma condição de estudante, foi interno de Clínica Médica, cujo titular era o Prof. Prado Valadares. Formado, voltou à Alagoas, onde, no exercício da clínica particular, obteve o recurso necessário para realizar viagem de estudos á Europa. Em Berlim, frequentou o Serviço de Tanatologia Forense do Prof. Max Koch e o Serviço do Professor Fritz Munch. Depois foi para Strasburgo, onde estagiou com o Prof. Balthazard, do Instituto de Medicina Legal. Assim preparado, aos vinte e seis anos de idade, retornou a Salvador e concorreu à cátedra de Medicina Legal. Após memorável concurso de títulos e provas, foi aprovado em primeiro lugar, tornando-se assim o catedrático mais jovem da Faculdade de Medicina, em toda a existência dainstituição.
Em 1929, construiu e inaugurou o Laboratório de Criminologia Afrânio Peixoto, do Instituto Nina Rodrigues. No período de 1932 a 1934, publicou "Perícia da Paternidade" e "A inversão dos sexos". Em 1937, por razões de ordem política, deixou a direção do Instituto Nina Rodrigues e solicitou licença para se afastar da cátedra a fim de voltar ao Velho Mundo onde, em Paris, trabalhou no Hospital de La Pietá e em Berlim, Lyon e Viena, visitou, como professor visitante, Serviços de sua especialidade, Depoisregressou à Paris , onde trabalhou com o Professor Kohn-Abrest, conceituado mestre de Toxologia. Voltando ao Brasil, em 1939, reassumiu a cátedra e a direção do Instituto Nina Rodrigues e foi nomeado membro do Conselho Penitenciário da Bahia do qual foi membro atuante durante mais de quarenta anos, autor de pareceres famosos e presidente.
Em 1951 e 1952, publicou "Perícias e Pareceres" e "Ensaios de Sexologia". Em 1953, tornou-se, por concurso, professor catedrático de Medicina Legal da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Em 1956, promoveu e presidiu o Primeiro Congresso Brasileiro de Medicjna Legal e assumiu a cadeira de Medicina Legal e Deontologia, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Diplomado em Odontologia, conquistou, por concurso, a cátedra de Odontologia Legal. Em 1966, realizou viagem de estudos à Africa, onde visitou vários países. Em seguida voltou à Europa, visitando diversos Serviços de Medicina Legal em Roma, Lyon, Paris, Amisterdã e Haia.
Em 1968, foi-lhe conferido o título de professor emérito das Faculdades de Medicina, Direito e Odontologia da Universidade Federal da Bahia, da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador e da Escola Bahiana de Medicina. Foi presidente da Academia de Letras da Bahia e da Academia de Medicina da Bahia. Escritor, publicou livros, teses e ensaios sobre Medicina Legal, Antropologia, Sexologia, Deontologia Médica, Bioética e Folclore, dos quais destacamos"A Aeromoça e Outras Novelas Regionais" (1962), "O mundo estranho dos cangaceiros" (1965), "O mundo místico dos candomblés" (1971) e "O mundo místico dos negros" (1975). De sua extensa bibliografia constam 22 obras. Estácio de Lima faleceu em Salvador, no dia 29 de maio de 1984, com 86 anos de idade.
Estácio de Lima, médico legista estudioso do cangaço e das raízes negras do Brasil – História de Alagoas
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Mário Bastos ESCRITO POR Mário Bastos "Histórias Deodorense" Editor
Marechal Deodoro - AL

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