FÁBULA REAL III
Em um castelo
Todo de vidro
Morava uma mulher e sua família
Essa mulher, sempre se mostrava caridosa
E todos acreditavam,
Mas era cheia de si e de suas regras
Pois em sua casa, em seu reino,
Só ela pode mandar
E não aceita nada de ninguém
Sempre a ouviram falar....
Só que essa mulher
Além de ter a casa de espelho
Também era de espelho
E não aceitava espelhos em sua casa
Para não revelar a verdadeira face
Que ela mesmo escondia de si e de todos.
Era mais fácil manter isso em silencio
Na escuridão....
Um belo dia, um oráculo que por ali passava
Ousa perguntar sobre as inexistências de espelhos no reino
Furiosa, a dita rainha, pois ninguém a nomeou nem coroou,
Começou a gritar a todos, todas as suas regras impostas
Para o seu bel prazer, ordenou e fez o que quis.
Até começar a inflar de ódio
E como era de vidro, não percebeu.
Começou a rachar e ir se quebrando aos poucos
Devagar e silenciosamente
Enquanto ela gritava e esbravejava suas regras....
Gritou tantas regras
E se quebrou tanto
Até restar apenas a sua cabeça
Que por si só não aguentou
E se espatifou em mil pedaços....
A família enlutada enterra os cacos de vidro,
No lixeiro mais próximo
E segue sua vida normalmente.
Todos nós somos de vidro
A arrogância, o orgulho, a vaidade
e o desejo de ser e poder mais do que os outros
é que nos destrói aos poucos.....
O Reino seguiu feliz,
Agora com as regras que o povo quis
E que as suas divindades pretendiam
Pois a rainha, que nunca foi rainha de verdade,
Não passava de cacos de vidros unidos
Gritando pra ser ouvida e respeitada
Como se respeito se ganhasse pelo medo.
Nunca mais se ouviu falar em
Intolerantes pessoas nesse reino
Vendo tudo o que a rainha passou
E todos seguiram suas vidas felizes, livres
Além de toda e qualquer regra imposta por ela.
O castelo de vidro
Continua no seu mesmo lugar,
Guardando a família
E o oráculo, este se foi...
Se ele veio apenas pra questionar
Até hoje ninguém sabe....
Wellington Costa da Cruz
11/12/2020
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