CONSTRUÇÃO
O ser humano está sempre construindo.
Constantemente constrói. Constrói suas atitudes, seus pensamentos, seus anseios, sua maneira de ser. Constrói até suas ilusões.
Constrói e reconstrói sua vida, suas palavras. As palavras sempre estão em construção.
É como se fosse construir uma casa, onde cada tijolo deve está bem colocado, os comôdos bem divididos, o telhado enfileirado. Tudo alinhado para receber e acomodar as ideias, que nela devem adentrar e permanecer, tomar acento em cada móvel, em cada quadro.
Arquitetura perfeita e concatenada.
Estruturar os objetos é cimentar os sonhos; acabamento exato antes da pintura das paredes, com palavras matizadas em tons vibrantes; o chão enrijecido com a alvenaria das mãos de quem escreve e de quem recria sua própria biografia, moldada nas pedras dos alicerces e na areia que sustentam os sons das letras e a harmonia das frases multifacetadas pelo dialeto dialogal.
Construção fonologicamente infinita pelo tempo e pela arte de pensar.
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