Na presença de quem de tudo é autor
Este sou eu, emudecido pela minha própria história
Alimentado pelos ecos de uma contínua trajetória
Encantado pelo mar que foi e quem tem sido navegado
Este sou eu, rio corrente que procura desaguar
Navegante de mim e olhos prestes a marejar
Maré vazia e horizonte denso de riso libertado
Este sou eu, corrente mansa que já foi turbilhão
Ondas serenas que se atiçaram como vulcão
Desejo simples de se ver como água corrente
Este continua sendo eu, mesmo com olhar diferenciado
Mesmo sem esquecer e nem renegar meu passado
Mas preferindo águas cristalinas e verdade semelhante
Ainda assim, sendo eu, me proponho a seguir remando
Pois tenho nos contos a prosa de quem segue amando
E na minha barca o leme de um sonhador
E sendo eu, quem me guarda e mais me conhece
Quero perto quem me olha e me reconhece
Navegando na presença de quem de tudo é autor
Victor Lima
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