Sobre mudar o mundo
Sinto calafrios sempre que escuto algum pós-adolescente dizer que quer "mudar o mundo". Em geral, o que deseja é promover um mundo em que apenas um certo tipo de pensamento prevalecerá (o dele, claro!), onde a diversidade de opiniões será desencorajada (senão combatida) e todos serão, finalmente, "iguais". Mas, como no mundo real os recursos são limitados, tal divisão para a abundância se tornará impossível -- seremos, portanto, nivelados por baixo e nos refestelaremos na pobreza. Para a efetivação de seu projeto totalitário alguma (muita) violência será necessária, mas, sempre justificada pelos nobres fins que almeja.
Entretanto, algo que sempre me intrigou é que o "revolucionário" em questão não vê a si mesmo como mão-de-obra na construção deste admirável novo mundo (quiçá como reles chão de fábrica não-remunerado engajado em trabalho análogo à escravidão) -- acredita, no íntimo, que fará parte da elite iluminada que guiará a massa ignara no (eterno) processo de transição para o comunismo e que será, ele mesmo, um "Che" ou um "Mao" redivivo -- e, para tanto, cobrará caro "a parte que lhe cabe neste latifúndio". Uma simples conversa com um militante de qualquer partido de esquerda ou do movimento estudantil o provará.
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