As vantagens de ser egoísta
A grande vantagem do individualista em relação ao coletivista é que enquanto este só enxerga raça, gênero, orientação sexual ou classe social, aquele enxerga o indivíduo em toda sua singularidade e complexidade, a pessoa real com seus dramas, contradições e ambivalências (que é muito mais que o uso que dá à genitália ou qualquer outro reducionismo).
Se houver de fazer algo por alguém será pela pessoa real prostrada na sua frente e não por abstrações como "minorias", tentando diminuir iniquidades e contradições de um capitalismo de estado (que favorece o corporativismo e beneficia, principalmente, os "amigos do rei"), uma pessoa de cada vez. Enquanto isso, o coletivista estará fundando uma nova ONG (e, para tanto, solicitando alguma verba estatal) ou fazendo discursos demagógicos sobre a necessidade de "mais Estado".
A única coisa que o coletivista compreende são números, estatísticas -- das quais o indivíduo não passa de um punctum, encapsulado por uma massa amorfa que dá sentido e objetiva sua existência. Não é necessário dizer quão desumanizador tal processo é. O coletivista pensa em bloco pois só enxerga "blocos homogêneos" (mesmo quando fala em "diversidade"): grupos, partidos, movimentos, comunidades. Sua mente compartimentada não consegue ir além de categorias estanques como exploradores e explorados, opressores e oprimidos, bons e maus -- sendo, eles próprios, os "bons" sempre.
Engraçado que para a maioria das pessoas, os coletivistas são detentores do monopólio da afeição e da empatia (capacidade de colocar-se no lugar do outro), os defensores dos direitos humanos e valores para além da acumulação de capital. Já o individualista é tomado quase sempre por egoísta, "odiador de pobres", entre outros epítetos nada elogiosos.
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