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Ninguém é melhor que ninguém?

O mantra politicamente correto de que 'ninguém é melhor que ninguém', talvez sirva para alguns. Estamos numa época que cultua (no sentido de cultivar), protege e reverencia a mediocridade. O problema desse discurso é que ele nivela por baixo e promove a preguiça, a indolência e a estupidez generalizada. Se qualquer tentativa de sobressair a patuleia é visto como pedantismo, o incentivo para o desenvolvimento intelectual para além do diploma (e do analfabetismo funcional) torna-se enfado desnecessário e inútil.

Da minha parte, orgulho-me em dizer que sou melhor que muitos em um sem número de coisas -- ainda que, ocasionalmente, seja pior que alguns. Pois, as competências que fazem com que alguém se destaque não surgem espontaneamente, como se sorvidos magicamente do fruto de alguma árvore do conhecimento. São, antes disso, "fruto" do estudo, do esforço, da dedicação. Assim como a pobreza é o estado natural do ser humano, a ignorância também o é. O homem (ou a mulher) que se faz a si mesmo intelectualmente -- indo de encontro ao coitadismo do discurso das desigualdades sociais -- desenvolve "virtú" que, em Maquiavel, "é uma qualidade do caráter de alguns homens que os faz mais fortes e capazes de resolver problemas e enfrentar as dificuldades colocadas pelo dia a dia." (PONDÉ, 2012)

Pensar diferente disso, é acreditar (por ingenuidade ou mau-caratismo) que as pessoas realizam de forma igual seu potencial intelectual independente do empenho dedicado nesta construção -- sem ignorar, claro, que certas vantagens econômicas e/ou sociais podem ajudar nesse desenvolvimento mas não são determinantes. A luta pela igualdade pode, por vezes, violentar o conceito de justiça (e produzir vigarices intelectuais como "justiça social", que serve apenas para justificar um estado paternalista e inchado).

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Leonel Alves ESCRITO POR Leonel Alves Leitor
São Miguel dos Campos - AL

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