Notícias do primeiro mundo fracassado

            Jovens entusiasmados com viagens temporárias com valor tão alto quanto os pisos das calçadas. Um controle não terminado que controla todo o sistema, uma conversa não mencionada que fica estampada em todas as cidades.

Crianças correndo em busca dum brinquedo vivo que se move tão rápido chegando a quebrar as barreiras do som.

Adultos planejando no papel fazer uma construção magnífica, complexa, completa, feita de vidro, idosos sentados, sorrindo orgulhosos de ter um aviso em suas casas escrito com tinta vermelha.

São novidades do ontem. São passageiros que andam todos os dias sem perceber o círculo estampado em cada giro que dão.

São passageiros que viajam sem pagar passagem no trem da ilusão.

São passageiros que não sabem onde estão, para onde vão e se conseguirão chegar, são passageiros altos, baixos, pequeninos. São passageiros do além, são infinitos, em busca da leitura ideal num banco tão antigo quanto o museu das quatro maravilhas que todo dia vemos e continuam escondidas.

Propagandas em barras de alumínio falam sobre o cotidiano de pessoas de outros planetas, prometem vidas melhores, prometem um mundo melhor. Eles sabem que não são exatamente o que dizem, mas mesmo assim continuam falando sabre aquilo que juram ser a “evolução futura mais futura do que a própria evolução”.

Textos foram escritos nos jornais das cidades mais belas, o que se mantinha sobre os telhados das casas, agora se mantém dentro. Os mesmos avisos chegam e sempre do mesmo jeito, algo mudou?

A mudança está sumindo mais rápido do que as palavras não proferidas.

Na reviravolta de tantas voltas há apenas uma volta. No contratempo de tantos tempos há apenas um tempo. Aleatórios como certos ventos, impressionante como certos modos.

Cientistas buscam a saída numa sala aberta literalmente, mas fechada pela psicologia.

E a evolução?

(...) Quem sabe se estaremos prontos para quando o dia chegar, mas mesmo assim, teremos que continuar lutando.