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Aborto

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Era 29 de setembro de 2000, já se passava dos nove meses, desde que a jovem Clarice de 16 anos teve o seu primeiro encontro com o menino que sonhava desde a 5ª série, e que sumiu ao saber da notícia de que ela estava gravida dele. Ela queria abortar a criança, mas seus pais que muitas vezes pareciam não a compreender não permitiram que ela tira-se a vida da criança, eles diziam que a culpa era dela não da criança, e que ela teria que arcar com as consequências de seus atos.

Clarice se olhou no espelho e não se viu o que viu foi uma menina linda, seus cabelos eram claros e encaracolados, de comprimento mediano, seus olhos castanhos claros, e sua boca pequena de tom rosado, mas  tinha a barriga desfigurada, como se tivesse engolido uma melancia, viu seus olhos profundos cheios de lagrima, e sua boca tremula, então Clarice olhou durante uns segundos aquela imagem que ia se distorcendo e se viu na menina. Deitou-se no chão como uma flor que desfalecia, e de seus olhos escorria o um liquido salgado, que chegava até a sua boca, o nó na garganta apertava cada vez mais, e como num urro sua voz saiu num grito de dor e desespero.

Quando Clarice abriu os olhos, quis fecha-los imediatamente, pois a luz do quarto branco machucava-os. Entrou no quarto uma mulher a qual ela nunca tinha visto, e em seus braços trazia com sigo um pequeno embrulho azul, era um menino. Sim era seu filho. A mulher estranha colocou o pequenino nos braço de Clarice, ela o viu pela primeira vez, olhou em seus pequenos olhos, ainda atordoada, não entendia os sentimentos que se afloravam, como já podia amar a quem viu apenas um segundo?

Então se passara os dias, a menina que a pouco não se enxergava em seu corpo disforme, agora tinha sentimentos de mulher, amava seu filho e queria cuidar-lhe. Foi para casa juntos que seus pais, que agora também amavam o neto, ao menino deram-lhe o nome de Breno. Ele crescia forte, e bonito, era a alegria da casa.

Passara-se 10 anos desde o seu nascimento, Clarice agora tinha 26 anos eram uma mulher madura, trabalhava, estudava e educava seu filho. Um dia ela foi deixa-lo na escola como sempre fazia, ele olhou para ela e disse: mamãe a senhora sabe que te amo desde que estava na sua barriga e deu um lindo sorriso. Aquilo a tocou profundamente, pois tinha pensado em abortar seu filho, agora não acreditava que aquilo tinha passado pela sua cabeça. Aquele no na garganta voltou novamente, ela o olhou e disse: eu também filho, eu também te amo.

Mas naquele dia quando Breno voltava da escola foi atingido por um carro que vinha em alta velocidade, Breno não resistiu aos ferimentos e morreu. Clarice sucumbiu em desespero. Finalmente o aborto aconteceu mesmo que retardado, a vida do seu filho foi ceifada, sem que ele tivesse a chance de pedir para viver.

By: Erika Alves de Sousa Lins

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