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Velho Chico e Chico Velho

 


Bate o sol nas águas frias do Velho Chico
E outro Chico, a sua pele enfrenta o sol
Em outro nó, mesma corda, outro dia.
Em seu rosto, o suor e água fria.

Velho Chico e Chico Velho se misturam
Aflição, amargura, todo dia.

Vêm à rede outras sedes, mesmos dias.
Velho Chico Chora ao som de um novo remo.
E o remo respeita o seu esplendor
Tu és livre, eu sei.
Tu és belo, eu sei.
Mas, tu choras todo dia.
Pois tu és vida
És morte
És transporte
E alegria

Chico Velho também chora o dia todo.
E dos remos vem os calos, na alegria.

Vem o peixe
Vem a rede
Vem o anzol

Vem a canoa
E o nó, que da garganta que não se sai.

Chico Velho te admira de Alagoas
Em outros banhados, vários chicos a te louvar
Levas a saudade desdentada do pau a pique
Quando tua magoa deságua sem parar
Velada por Alagoas e Sergipe
E vem o mar tão feliz a te abraçar

Cai o sol, no Velho Chico, à água fria.
Já é tarde e a canoa quer voltar
Mas o sol renasce todo dia
E o Chico Velho no Velho Chico vai pescar.
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Genival Silva ESCRITO POR Genival Silva Escritor
Arapiraca - AL

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