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A política faz parte da nossa natureza...

Além da percepção clara da desigualdade social existente no Brasil, sobretudo em Alagoas, e da sensibilidade gerada pela experiência de lidar com pessoas ávidas por realizar seus sonhos, herdei na formação da minha educação básica em escola pública a consciência política, essencial para um ser humano que objetiva pensar sobre os males que afligem a sociedade, quiçá propor soluções para minimizar esses males.
 
 
Parte dessa consciência me foi semeada nos vários congressos e eventos que pude participar representando a Escola Estadual Professora Aurelina Palmeira de Melo, mais conhecida por “Kennedy”, já que fora construída com verbas vindas dos Estados Unidos na época em que John Kennedy presidia aquele país.
 
Nesse contexto, fui inserido na temática ambiental e tive a oportunidade de conhecer uma sociedade à parte do Brasil, que sabia da importância da preservação natural para tentar garantir a existência da própria espécie humana pelos próximos séculos. Conviver com essas pessoas é algo surpreendente, passamos a enxergar a vida por outro ângulo. Foi-me valoroso descobrir que “meio ambiente” é um conceito que vai além de natureza, mas que inclui todos os mecanismos sociais existentes.
 
Dessa forma, fica evidente que um dos objetivos dos ambientalistas é preservar não apenas a natureza, mas os nossos próprios meios de organização civil: plantar sementes de “educação”, regar com “fraternidade”, adubar com “saúde pública de qualidade” e eliminar a praga da “corrupção” é essencial para colhermos a almejada “justiça social” – tudo isso é preservar o meio ambiente.
 
Em 2010, os brasileiros haverão de ir mais uma vez às urnas para escolher seus representantes, e nós, ambientalistas diretos ou indiretos, temos uma grande responsabilidade de conciliar a nossa escolha com a nossa consciência político-ambiental.
 
Dentre os candidatos à presidência do Brasil, deve existir algum que satisfaça nosso desejo de desenvolvimento embasado na sustentabilidade – e isso me deixa um pouco mais aliviado, pois ineditamente teremos uma alternativa sadia na efetivação de nossa escolha. Deve existir alguém que tenha competência, honestidade, mas, sobretudo, sensibilidade para realizar um governo voltado para o povo, com projetos sociais a longo prazo, e que não tenha a intenção de transformar programas como o “bolsa-família” num curral de eleitores fanáticos – evidência de tirania.
 
Deve existir alguém que saiba, de fato, fazer política. E não falo dessa política suja dos chamados “cacifes” interessados basicamente em si mesmos – política de dossiês, de caixa dois, de mensalão, de sensacionalismo, de privatização – a que estamos acostumados. Falo da política enquanto arte de promover o bem comum.
 
Necessário nos é, um líder que saiba enxergar a necessidade dos outros, que tenha uma vida de luta em prol da coletividade, que seja um verdadeiro imã para atrair pessoas honestas, simples e igualmente competentes.
 
Aos quarenta e cinco do segundo tempo, não adianta tentar imaginar a existência de alguém, dentro dos tradicionais partidos políticos brasileiros, que tenha uma visão sustentável, coletiva e que tenha ciência das reais necessidades de cada região.
 
Alguém que atenda esse perfil, não se encontra em partido azul, nem em encarnado – talvez a nossa melhor opção seja mergulhar na cor das nossas matas, na cor da esperança que persiste dentro de nós, fazendo-nos acreditar que é possível alcançarmos um Brasil politicamente fraterno e sem corrupção.
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Arryson André ESCRITO POR Arryson André Escritor
Maceió - AL

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