Morte Parcelada
Desde muito cedo vamos nos acostumando a morrer
Um pouco de cada vez, que é para não ser de repente
E quando nos deparamos, acontece aquilo com a gente:
Pouco sonho e muita morte!
Quando menina, na partida que não se explica
Ter mãe e não abraçar
ter pai, mas não há sobrenome!
As andanças pro Riacho era uma lonjura, mas lavava a alma,
Com água e solidão
Que é remédio de doido!
No outro dia, outra morte, a da juventude!
Pratos pra lavar, casa pra arrumar
E a "moringa" ardendo
Porque aqui o "cassete vadeia"!
Casar-se pro livramento ser certeiro, de preferência ligeiro
Grantindo a existência.
A vida é que não se garante, se se morre sempre, uma vez por dia
Na agonia
Na solidão
Na perene labuta que não acaba!